segunda-feira, maio 19, 2008

PNDI não cumpriu os objectivos.

Foi oficialmente criado a 11 de Maio de 1998, o PNDI - Parque Natural do Douro Internacional. O PNDI abrange toda a área fronteiriça do rio Douro, numa área de 85.150 hectares e engloba os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada-à-Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo.
A quando da sua criação, os principais objectivos a atingir seriam a protecção da "avifauna selvagem" e a "adaptação de medidas que permitissem a valorização das suas carateristicas mais relevantes, dos pontos de vista natural, paisagístico, sócio-económico e cultural", mas desde então, o PNDI não tem sido capaz de se afirmar de forma relevante na região.
Ao início, as gentes da terra afirmavam que o parque apenas lhe provocava constrangimentos, não lhes deixava construir o que necessitavam, não lhes deixavam cortar as árvores que queriam. Enfim, ao início, talvez por falta de informação ou por falta de uma educação ambiental capaz, as nossas gentes viravam as costas ao parque. Com o tempo, uma nova mentalidade foi-se instalando, houve uma leve aproximação entre as estruturas do parque e as pessoas. Mas foi uma evolução muito pouco significativa.
Apesar de todos os esforços encetados, passados dez anos muitas críticas se levantam. Por exemplo, o ex-director do PNDI admitiu, em declarações ao Semanário Transmontano, que os objectivos que levaram à criação do parque não foram alcançados. Segundo, Domingos Amaro, a recente reestruturação orgânica do ICNB “está completamente errada e é irracional” porque “a gestão dos parques deixou de estar aqui e as decisões têm de ser tomadas na hora e no local”.
Por outro lado, os presidentes de câmara vem a terreiro queixar-se que o parque não trouxe "novas valias para a região". Por exemplo, Manuel Rodrigo, presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, afirmou em declarações ao JN que o parque, em determinadas situações, se torna num empecilho para o desenvolvimento local e que os tão prometidos benefícios económicos nunca chegaram. Por fim, afirmou só se lembrar do PNDI quando tem de assinar algum documento para o parque autorizar a câmara a fazer obras ou alterações naquela área.
Tais declarações, deixam evidente que o parque ainda tem muito para fazer. A mentalidade dos nossos autarcas ainda tem porventura que evoluir, pois jamais se pode considerar um instrumento ímpar de defesa ambiental da nossa região, um empecilho. Ver o parque somente pelo lado económico é ter uma visão muito restrita da realidade. Mas, por outro lado, o parque têm que se organizar de forma a demonstar às pessoas que constituem o parque o trabalho realizado, porque quando se pede sacrifícios às pessoas, estas têm o direito de saber os benefícios que daí advieram. Ambas as partes, autarquias, sociedade civil e PNDI, devem corrigir actos, práticas, atitudes e acima de tudo erros do passado.
Concluindo e pese embora todas as críticas, analisando esta situação com imparcialidade, podemos afirmar que o parque teve, nestes últimos dez anos, uma enorme importância no que respeita à protecção ambiental da nossa região. Graças à sua estrutura, toda a nossa região se começou a preservar. Muitas foram as intervenções, alguns os projectos, mas note-se ao final de contas que faltou um maior contacto entre as gentes do parque, o verdadeiro parque, e o parque institucionalizado. Não se trabalhou a todo o vapor, nem se soube trabalhar em conjunto. A orquestra formada por todos os agentes do PNDI, não conseguiu tocar a mesma canção...
Agora, passados 10 anos, é altura de o PNDI ser um agente de desenvolvimento do concelho de Miranda e de toda a região por ele afecta... Não há mais espaço para desculpas, nem para erros...
Mãos à obra!...

3 comentários:

Anónimo disse...

o parque não fez foi nada, andou por ai a espalhar sinalização. mais nada.

Anónimo disse...

Quando gosto mais do Parque é depois da feira aquela da luz...

http://cicuiro.blogspot.com/2008/05/tiu-manillas-de-miranda-y-l-sous.html

Anónimo disse...

bem falado.

apesar de não ser mirandês conheço bem a realidade do Planalto Mirandês e a do Parque Natural do Douro Internacional.

Acho que é a primeira vez que leio um mirandês a falar do parque sem sem se deixar cair nas teias doces e pegajosas da demagogia. Falar mal é sempre fácil, aliás é apanágio do português dizer mal dos outros e de si próprio.

Tem toda a razão o parque não comunicou, o parque não fez o que devia, o parque podia ter feito aquilo e aqueloutro, mas não fez!. Concordo também consigo quando diz que o problema inicial tem a ver com a interpretação que se deu a este projecto. Por exemplo os autarcas com as suas visões desenvolvimentistas ultrapassadas viram o parque como uma fonte de subsidios, tipo um interreg de verbas faceis que pudessem aceder sem necesidade de controlo de Lisboa ou do Porto. Como não se tratava nada disso, iniciaram uma campanha de desinformação da população e passram a usar o parque como arma de arremeço politica contra o governo e contra o estado. Nomeadmente no caso de Miranda, sem dúvida a zona mais carismática, mas rica, e com mais potencial para o desenvolvimento ecosustentável que pode advir do parque, nada se fez pois as duas grandes facçoes sociopoliticas não deixaram. No jogo de forças que fizeram sobre esse tema acabaram as duas por aniquiliar o projecto "se não o levo eu não levas tu..." tal como sabeis aconteceu com outras iniciativas e projectos no concelho. O parque nunca se estabelecerá em miranda enquanto nao resolverem as questões fraticidas que dividem as vossas forças vivas, que usam estes tema e outros assuntos sérios da regiã como joguete de arremeço, em especial nas campanhas eleitorais. E quem perde com isso? os de sempre os do povo

o parque como os organismos punlicos nacionais são constituidos e geridos por cidadãos portugueses, o parque é o reflexo da sociedade portuguesa, ao dizermos mal dele estamos a dizer mal de nós propprios e da nossa incapacidade de construir os alicerces da democracia, com tdos os nossos defeitos e as nossa smais valias, os organismos publicos em Portugal podem e devem funcionar melhor, mas isso não depende do Estado como entidade ficticia que está algures num escritoprio em Lisboa, o Estado também somos nós, o sucesso d projectos como o parque dependem da inciiativa dos cidadãos e da sociedade,

e iniciativas como a vossa que estão a sergradas em Miranda servem precisamente para por os organismos publicos a funcionr, nomeadamente as camaras

desde há muito que para viver nesta regiãooptei por uma visão masis positiva das coisas e aho que há cada vez mais gente a pensar assim

assinou como em tempow uns amigos mirandess me chamvam.

L'Barbas de Perro