domingo, abril 20, 2008

Miranda desencravada em 2012?

Terra árida, despovoada, com um estranho cheiro a nada, mas a tudo o que é pleno de emoções de bem-estar. Terra isolada, poucas vezes rasgada por aventureiros forasteiros das terras do desenvolvimento, ora em busca da paz e do silêncio do mundo das mulheres de xaile negro, ora em busca das gaitadas capazes de os fazerem sonhar... Será esta a Miranda de 2012?
Não... mas sim!
Não, porque finalmente irá avançar a obra que vai desencravar o planalto mirandês - o ic5. O processo da sua sub-concessão já arrancou, e será adjudicado, ainda, em Setembro deste ano. Quanto ao início da obra será em Novembro de 2009 e tem fim previsto para o ano 2012.
Esta obra será um encurtar de distâncias, uma nova via romana do Séc XXI. Finalmente Miranda tocará Portugal e Portugal tocará Miranda. Seremos agora verdadeiramente portugueses, capazes de chegar como todos, a todo o lado, num tempo no mínimo razoável.
Mas antes, de mais nada, gostaria de deixar aqui um pequeno aparte, quanto às declarações, no mínimo reprováveis, proferidas na semana passada, por Miguel Sousa Távares, afamado comentador semanal do Jornal da Noite da TVI. O mesmo, afirmou que Portugal tem excesso de auto-estradas e que é pura burguesia construir mais um quilómetro que seja. A esse senhor, apenas uma resposta: burguês é aquele que apenas conhece as metrópoles do seu país; burguês é aquele que por ignorância fala daquilo que não sabe; burguês é aquele que não sabe que há, em Portugal, um distrito sem um quilómetro de auto-estrada; burguês é aquele que tenta enganar os pobres portugueses a partir do pequeno ecrã; burguês é você que nunca precisou de calcorrear montes e vales para cheirar o desenvolvimento; burguês é aquele que não sabe que as novas vias transmontanas são um acto de justiça para com os transmontanos, depois de décadas vetados ao esquecimento. Se você, burguês portuense, for digno da sua burguesia, os nobres transmontanos merecem um pedido de desculpas...
Enfim, graças a esta estrada menor para o dito cujo burguês, Miranda do Douro será diferente em 2012... Teremos tudo o que tivemos no passado, teremos tudo o que temos hoje, teremos tudo o que nos trará o IC5... Mas seremos sempre TERRAS de MIRANDA!

11 comentários:

Anónimo disse...

Apoiado, quem vive no interor é sabe o que cá se passa...

Anónimo disse...

Mt bem falado, é assim mm!
At me emocionei.. tava capaz d ir a casa dessa besta e furar-lh os pneus.. =D

Abraço!

Anónimo disse...

duro nando! duro!

Anónimo disse...

um comentario duro, para umas declarações simplesmente reprováveis, e que mostram que quem nao sabe, nem deveria tentar falar...boa nando

Anónimo disse...

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C. disse...

Não ouvi o comentário mas se foi assim é muito reprovável. Deviam enviar este texto para ele (acho que têm um blog) e convidá-lo a vir de carro até ao distrito. Chegando cá ele que vá até Miranda e daí a Vimioso, Vimioso-Mogadouro, Freixo, Moncorvo, Carrazeda, enfim...isso é que eu gostava de ver. É uma tristeza mas o país está dominado por uns quantos ignóbeis aburguesados, essa é que é essa! Parabéns pelo blog, e pelas denúncias!

Anónimo disse...

Muito bem falado...tenho dito ;) !

Anónimo disse...

Pela 1ª vez, sim pela 1º vez estou de acordo convosco.
Gostei do que foi escrito, só peca por defeito, quantas mais coisas deveriam ser ditas e as palavras ficaram atravessadas na garganta rouca de quem já tanto gritou pela integração do nordeste transmontano no resto do Portugal.
Deixem-se de merdas e construam o IC5

Unknown disse...

Gostei mesmo do que escreveste.
Já é tempo de nos revoltarmos contra esses intelectuais e comentadores de merda.
Mas por aqui também temos disso.
Para bem de Miranda contai comigo.
Um abraço
Almendra

Anónimo disse...

E quem fala assim não é gago,.

Anónimo disse...

realmente é necessário aproximar o interior do litoral mas... a "aproximação" não pode ficar pela nova via. porque se o planalto transmontano padece de exodo rural, o IC5 vai acelarar a desertificação. será mais fácil sair. e se não se criam infraestruturas que criem emprego e consequente fixação das populações então... eu sei muito bem do que estou a falar porque vivo uma situação semelhante.