Foi entre Março e o Verão de 1981, que António Reis, um dos vultos mais originais e criativos do cinema português, distinguido pelo sentido poético da sua obra, no Séc.XX, e a sua esposa Maria Cordeiro, rodaram em Miranda do Douro uma das suas obras. "Ana" era o nome do filme que estreavam a 9 de Maio de 1985 no Fórum Picoas, em Lisboa. Nesta obra, os cineastas pretenderam denunciar o desaparecimento dos costumes e tradições, como consequência de situações que levaram ao despovoamento de certas áreas, à fuga para as cidades, à emigração, num êxodo rural forçado a que as transformações sociais pós-25 de Abril não lograram pôr fim - pela sua temática uma obra que, hoje em dia, continua actual.
O filme, em si, retrata "uma velha mulher que preside à renovação da vida e defronta a morte; a "história" do filme é só esta. Mas da rarefacção de coisas a contar fazem António Reis e Margarida Cordeiro uma espécie de ritual onde o cordão umbilical das culturas milenárias, da casa, dos gestos, da terra, das pessoas, é só um. Há uma celebração belíssima e secreta, onde nos envolvemos - ou não." - (Jorge Leitão Ramos, in Dicionário do Cinema Português 1962-1988, ed. Caminho, 1989).
"Ana ", impressionou profundamente a crítica internacional tendo recebido a Espiga de Ouro, relativa ao Grande Prémio do Festival de Cinema de Valladolid, em 1982, e uma Menção Especial no Festival Internacional da Figueira da Foz, em 1982. Participou ainda, entre outros, nos festivais de Veneza, Berlim, Roterdão, Hong-Kong, Montreal, Chicago, Bruxelas, Hamburgo, Los Angels, São Paulo, Manheim, Edimburgo, Lausanne, Genebra, La Rochelle, Locarno (filmes do ano, 1983) e Rimini (melhores filmes da Europa, 1985).
Mas uma das curiosidades deste filme tem a haver com as interpretações que ficaram a cargo de Ana Maria Martins Guerra (Ana), Manuel Ramalho Eanes (Alexandre), Octávio Lixa Figueiras (Filho de Ana), Aurora Afonso (Aurora), Ana Umbelina (Criança), Mariana Margarido. Curioso, desde logo, por Ana Maria Martins Guerra, mãe da Co-realizadora Maria Cordeiro, reformada na época há 9 anos da profissão de professora primária que escolheu contra a vontade do pai, ter ganho os prémios de Actriz Revelação dos "Prémios Nova Gente" e dos "Prémios Sete" e, também o facto da mesma ser natural de Miranda do Douro. Ana Guerra, foi criada em Miranda do Douro, mas viveu a sua vida na cidade do Porto, regressando a Miranda apenas por época das férias, e pela mão da sua filha para a rodagem deste poético filme.
E aqui fica uma curiosidade da nossa terra e das nossas gentes...
Fonte: antonioreis.blogspot.com
amordeperdicao.pt
AGARRA-ME ESTES PALOS,
Porque faz bem recordar...
1 comentário:
Em memoria de ANTONIO REIS, assassinado em 10.9.1991 pela mao criminosa de maria isabel guerra cordeiro, por motivos de ganhos ilicitos da mesma.
A ANA REIS E O ANTONIO REIS, TEEM OS MESMOS OLHOS E OS MESMOS DENTES
PELOS OLHOS E PELOS DENTES SE SABEM OS CRIMES
E POR QUEM ANDA COM OURO ROUBADO DE PAI E FILHA, QUEM OS COMETEU.
Falem com a Ana Reis que ela sabe.
Enquanto as criminosas nao a silenciam, e bem tentaram.
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